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"SÓ SE LEMBRARÁ QUEM HOJE VIVER. SÓ HAVERÁ HISTÓRIA AMANHÃ SE HOJE VOCÊ A ESCREVER"


segunda-feira, 23 de abril de 2012

TRINTA MOEDAS DE PRATA

Por trinta moedas ele se vendeu.
Valor da liberdade de escravos
Valor da compra de campos.
Por trinta moedas, o Mestre ele vendeu.


Foi o preço da íntima amizade,
de quem metia a mão no prato do Rei
pago aos que o negam e aos que o abandonam.
Primeiro valor pago da mensagem


Não pagava a cura de uma orelha cortada.
Não pagava os soldados e suas armas.
Não pagou aquelas testemunhas, ou o amigo que o beijava.


Comprava campos o valor desse dinheiro
Comprava a liberdade do pobre ladrão.
A trinta moedas de prata, há comprado o mundo inteiro.


Marcos André

domingo, 15 de abril de 2012

PEDRAS QUE CLAMAM

Bem que Ele me dizia
que as pedras clamariam
e eu bem que achava poesia
mas a minha religiosidade
encontrou uma outra realidade
Que Ele mesmo alertaria. 


Pois sobre as pedras
estendidas dos trilhos
outras pedras clamam
chamando jovens a seu odor 


Como as pedras que eram contra Estevão
sem nuca jamais calarem sua voz de jovem
e clama ainda as palavras daquele pregador
contra as pedras que matam outros homens


Pois as pedras brancas de hoje
calam a voz e arruínam a vida
para matarem depois
Até fumá-las todas
Como zumbi que perambulando
vagam sobre as pedras dos trilhos


Enquanto morrem nossos jovens
junto as pedras do caminho clamando
para cada pedra consumida
um cadeado vai trancando


Mas sobre uma Pedra está posta a nossa casa
da qual outras pedras estão clamando
e dos que usam as pedras do mal
ao ouvirem a nossa Pedra do Ângulo.
Qual das pedras clamará mais alto?


Ou vamos esperar eles fumarem tudo,
pra ver quem se acaba primeiro?
Pois se eles se acabarem
acabaremos juntos, pois são nosso futuro.   


Marcos André

sábado, 31 de março de 2012

O CARA

Meu pai só andava suado
todo dia estava cansado
e na comunidade tinha o cara
sempre limpo e bem arrumado


Era o cara que mandava no bairro
Festa não tinha, sem a ordem do cara.
Meu pai só mandava em casa
mas sempre respeitando o que mamãe falava.


Meu pai pegava o trem lotado
todo dia ralava no trabalho
e o cara andava de carro importado
sempre com uma mina do lado


O cara andava de arma prateada.
E sempre tinha no bolso dinheiro
O mais prateado que meu pai tinha
era marmita com a comida do dia inteiro.


Eu queria ter sido como o cara
Pois a vida de papai não emocionava.
O governo até que tentava
mas era o cara quem me impressionava.


Mas um dia uma bala achou o cara
e ele desceu o morro ensacado 
e papai continuou sua vida
o cara partiu para o outro lado


O cara foi tão depressa esquecido
e os cabelos brancos de papai pedem respeito,
pois das lições de lutas de sua vida,
descobri que meu pai é o verdadeiro cara
e eu quero ser como ele todos meus dias.


Marcos André

domingo, 25 de março de 2012

O PREÇO DE UMA AMIZADE

Na quebra de alianças
Chorei a tua meu amigo
a forte dor de afiadas palavras,
e boas lembranças que tinha contigo.


Mas que valor ganhaste pelo motivo
que o fez aplicar força na punhalada.
Logo você meu chegado amigo
a quem eu ouvia, com quem eu contava.


Eficaz e poderoso foi o golpe,
porque me apanhou desprevenido,
pois jamais pensei que fosse tu.
Se soubesse teria me protegido


Pra você confidenciei 
e pra você emprestei o ouvido
quando também cedia meu ombro.
Em qual ombro encosto agora?
Se o melhor de todos os ombros
era o ombro teu, meu melhor amigo.


Meu perdão é teu meu amigo
e a retribuição não virá de minha mão.
Porém a confiança será como uma casa
que derrubada leva tempo a ser restaurada.
E quando pronta e acabada,
alegremente, quero de novo ocupá-la. 


Marcos André

quarta-feira, 14 de março de 2012

ACRÓSTICO DE AMOR 2

Assim que orei por você
Disse que te queria feliz.
Reconheci o que ninguém vê.
Imaginei você alegre
A pesar das lutas que se tem
Na verdade assim você cresce
Às vezes eu cresço também.

Assim que orei em nossa casa
Lamentei nunca poder te dizer
Você viu que não sei usar palavra
Especialmente olhando pra você.
Sem saber dizer, como és amada.


Para uma filha querida.

Marcos André

sábado, 10 de março de 2012

ACRÓSTICO DE AMOR

Tantas vezes você cantou pra mim
Havia dificuldades de ouvir-te
Ainda mais tão ocupado assim
Imerso em tantos problemas.
Sem perceber você aqui.

Amizade de quando nova
Lamentável por demais
Você precisava era de amigo
E eu tentava ser um pai
Sei agora, ser mais do que isso.


Te amo!
de um pai amigo.

Para uma filha querida.

Marcos André

terça-feira, 6 de março de 2012

SOLIDÃO DE ESTAR JUNTO


Tem um tipo de solidão
que ninguém gosta
mas quase todos a tiveram
Aquela de quem não está só

Quando todos te cercam,
mas ninguém te encontra.
Quando parecem contar contigo
mas não conta com ninguém.

Como estar no meio de todos
sem no entanto ser visto.
Estar junto mas não ser contado,
Nem visto, nem lembrado. 



Tantos sentimentos guardados
sem ninguém para ouví-los.
Sem ninguém para chorá-los
mas todos estão do seu lado.

Só é percebido quando falta
quando não ajuda, quando falha.
Os erros aparecem mais
do que o esforço de ecertar.

É a solidão de tantos amigos
que cheios de amizades
não se fazem conhecidos.

Até o dia que ouvirem:
Senta comigo, conta pra mim!
Ou então lhe dirão tarde demais:
Por que não falou comigo?

Ou talvez nunca saberão,
Pois é tão difícil de explicar.

Marcos André